Dias atrás conversando com um veterinário sobre a profissão e as especificidades de alguns animais (papo de buteco), chegamos ao nome de Temple Grandin (29/8/47, para situar o leitor o ano de nascimento), quando informou que a Dra Grandin era referência em manejo pecuário. Disse que conhecia o trabalho dela, como também já havia lido sua biografia. Meu interlocutor ficou pasmo quando disse que Temple é autista (TEA) e uma referência nesse tema para o mundo todo. Entre interrogações e suspiros, meu conhecido congelou. Autista?
Essa rápida introdução apenas para informar aos interessados na área da Educação Especial/Inclusão/Neurociências que Temple Grandin e Richard Panek publicaram em 2015 o livro “O cérebro autista. Pensando através do espectro (Record)”. O livro aborda muitos temas sobre o cérebro e estudos que buscam comprovações que evidenciam essa aproximação. Por perceber o mundo diferente da maioria da população, Temple Grandin relata suas experiências diárias na perspectiva de um cérebro mais ativo para algumas situações e menos para as vivências sociais e contato corporal.
Para mim, o livro é uma constatação de que o autismo continua sendo um estigma, uma classificação “desclassificada”. A sociedade continua associando pessoas com essas condições de incapazes e anti-sociais, desfigurando em geral um grande potencial. Grandin, além de doutora em zootecnia, professora universitária, escritora e palestrante internacional, deveria ser reconhecida por isso, como o meu conhecido a referenciava, e não pelo autismo, como a sociedade reforça.
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