
Sempre sou convidado para ministrar palestras sobre Inclusão e Qualidade de Vida. Dessa vez, o convite veio atravessando meus desafios. Não perguntei como chegaram ao meu nome; apenas escutei a proposta e, como era irrecusável, aceitei sem pestanejar. O tema não era autoajuda, mas a palestra teria que abordar superação — e logo eu, falando sobre superação! Como tinha pouco tempo para preparar, resolvi me aprofundar na minha área, esperando que a transversalidade fosse interpretada por cada um.
Quem acompanha este site certamente imagina o que falei — mas com ressalvas, pois os ouvintes eram jovens, bonitos, saudáveis e com bons empregos. Precisava desmistificar as práticas que já adotavam e oferecer caminhos alternativos. Resumo da fala:
1. Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT)
Expliquei que são condições de saúde não causadas por agentes infecciosos (como vírus ou bactérias) e que não podem ser transmitidas entre pessoas. Destaquei a importância do sono — a necessidade de “limpar” o cérebro para manter as funções cognitivas em dia. Reforcei, como já escrevo aqui, que descanso é uma necessidade básica, algo que muitos jovens trabalhadores ainda não entendem: o descanso faz parte da produtividade. Abandonar cigarros e drogas são essenciais para um projeto de futuro. Workaholismo é propaganda enganosa; vender saúde é mais viável.
2. Lazer como Inspiração
Encontrar tempo para o lazer é um instrumento de criatividade. Não há fórmula pronta para o “Santo Graal” — a chave está no prazer. Para jovens de classe média, com bons salários, é imprescindível usar o talento criativo em atividades fora do trabalho. Mas não é fácil para quem nunca pensou que mudanças hormonais, interação social e prevenção de doenças podem ser trabalhadas através de um hobby.
3. Espiritualidade (sem Religião)
Expliquei que espiritualidade não está necessariamente ligada à religião — e essa diferença foi crucial. Em qualquer lugar, conectar-se com algo maior que si mesmo, sem buscar ganhos ou reconhecimento, é fundamental para o autoconhecimento. Sugeri trocar parte do tempo no celular por momentos de conexão — no chuveiro, numa caminhada, na terra… O importante é a entrega: na escuta do corpo, no silêncio do tempo, no compasso da alma, no despertar de energias positivas.
Conclusão
Não foi minha primeira palestra, mas essa transcendeu o rigor acadêmico, aproximou gerações e me rendeu novos amigos. Foi uma conexão forte e necessária.
Deixe um comentário