É espantoso o número de receitas que chegam no mercado: alimentos, exercícios, suplementos, roupas, hidratação, tênis, profissões e mais algumas centenas de produtos. É sintomático, basta aparecer nas propagandas ou na rede, pronto, já circula o link do produto e em poucas semanas, todos consomem.
Para além do modismo, tratamento de doenças usando alimentos que não são testados cientificamente, são uma febre em alguns setores da sociedade (alimentos funcionais). Dissonâncias cognitivas que dificulta o cérebro em aceitar mudanças de opinião, é a justificativa para esse temor. Consome-se e pronto!
Comento isso porque, nessa semana, lendo a coluna “Tudo o que comemos causa ou previne câncer?” de Bruno Gualano (FSP, 26/11/24), informa o que já venho apresentando nesse espaço há muito. Em resumo: nem todos os alimentos apresentados pela ciência têm o poder de prevenir ou tratar qualquer doença, isso quando o alimento é apresentado isoladamente. Não se comprova porque as evidências são fracas, como aponta Gualano, depois de reler trabalhos da ciência nutricional e dos trabalhos de John Ioannidis (Universidade Stanford).
Esses alimentos apresentados na literatura como “salvadores”, em geral, não são os ultra processados, e sim, aos alimentos que estão nas prateleiras dos “obrigatórios”. Já são expostos em santuários, com valores exorbitantes, prontos para resolver qualquer doença.
A receita da avó ainda é mais coerente, não exagerar em nenhum alimento e não passar vontade. Comer sempre, mas moderadamente.
Uma das últimas modinhas no mercado é o jejum, justifica-se, segunda a literatura, para dar um “descanso” para as células, assim, espera-se que a mesma possa sobreviver por mais tempo. Outros apostam no emagrecimento. A ciência dos alimentos ainda apresenta poucas evidências, assim mesmo, são muitos os “fiéis” que utilizam deste recurso, acreditar que pode “salvar a vida”. Eu ainda não jejuei, então, não posso comentar. Não deixaria meu café da manhã em troca de modismo.
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