A história é conhecida, o soldado corredor e cumpridor de ordens Fidípedes, recebeu a ordem que teria que avisar os gregos sobre a vitória contra os Persas. Saiu correndo de Maratona, isso em 490 a. C., sem assessoria e nem tênis apropriado. Não se sabe se usou algum carboidrato ou gatorede, mas água já existia, então, deve ter tomado muito. Como também não havia check-up, o soldado atleta cumpriu a ordem e caiu morto. Lenda ou não, a história incentivou milhares de pessoas a se aventurar neste tipo de corrida. Deve fazer bem, pois o número de maratonistas cresce assustadoramente.
Como estamos próximos da maratona de Curitiba, tenho visto muita gente correndo nas ruas da cidade, mesmo com as chuvas destes últimos dias. Estes, só podem ser maratonistas, pois os treinos para uma prova como a maratona não podem ser cancelados ou adiados. Tem data certa.
Desde Fidípedes, o homem vem superando suas distâncias e tempos percorridos, ao ponto de popularizar uma distância de 42 km. Corre-se por vários motivos, cada um com o seu, mas nem todos conseguem manter esta performance por muito tempo. Além do prazer da corrida, da disponibilidade do tempo e da sorte em não se machucar, “querer’ é fundamental para se manter ativo. Diferentemente do que a maioria imagina, a “cabeça boa” é mais importante do que o próprio treinamento. Fidípedes é a prova, cumpriu a missão, morreu por causas desconhecidas.
O ditado antigo diz que, correu 10 km, pode correr 20 km, correu 20km, corre uma maratona. Ninguém faz treinamento de 40 km, para correr uma maratona, os últimos quilômetros são por conta da “cabeça.” Como maratonista de plantão, sempre digo que, para assistir uma maratona, os últimos 10 km são um retrato da vida; sofrimento, força de vontade, contusão, desistência e alegria da chegada. O corredor (a) sem estes sintomas, está correndo a meia maratona. Esses são os motivos para continuar correndo.