Mais um checkup de saúde e mais uma vez fui obrigado a fazer uma colonoscopia. Sangue oculto nas fezes é a pedra no meu sapato. Até o momento os resultados são reconfortantes, pólipos e gastrite, pequena, mas tenho. No exame, escuto, o que sobrou de tempo e memória antes da anestesia, o médico respondendo o meu questionamento. “Sempre aparece sangue oculto nas fezes, preciso fazer assim mesmo esse exame, já que não tenho histórico de família?” Ele me responde perguntando, “você é corredor?” O resto não lembro de mais nada, nem mesmo o que falei para meu filho quando foi me buscar. Verdades devem ser ditas mesmo em horas impróprias, quem sabe foi a oportunidade.
Li a primeira vez sobre o efeito das corridas no intestino e estômago no livro Correr, do médico Drauzio Varella, daí em diante comecei a me entender melhor com meu intestino. Voltei ao livro para retomar a explicação: “Estudos realizados nos anos 80 revelaram a presença de sangue oculto nas fezes em 8% a 85% dos corredores. A disparidade é dessa ordem porque os participantes foram avaliados depois de correr distâncias variadas. Com o aumento do número de quilômetros percorridos, o risco de micro-hemorragias digestivas cresce.”
Dela lá para cá, já encontrei alguns artigos relatando a presença de sangue oculto nas fezes em corredores, mesmo que não me considere um corredor, mas sim um praticante. Assim, diarreia com sangue vivo ou digerido (escuro) nessas eventualidades faz suspeitar de colite isquêmica ou sangramento gástrico, “duas complicações que exigem atendimento médico emergencial.” Resumindo o que muitos como eu estão vivendo quando correm; “a explicação mais aceita para a presença de sangue visível ou oculto nas fezes é a de que os impactos sucessivos das passadas causariam microtraumas nos vasos sanguíneos mais delicados que irrigam as mucosas do estômago e das alças intestinais.”
Então já sabe, sempre que falarem dos benefícios da corrida para a saúde, desconfie, mas não fique enfezado.
Deixe um comentário