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Além do ponto de ruptura: quando desafios físicos se transformam em busca espiritual

O título desta postagem é o título de um capítulo do livro “O Caldeirão Azul” de Marcelo Gleiser. O livro foi pensado e escrito nas experiências profissionais e pessoais do cientista. Um dos nossos maiores representantes da ciência no mundo. Neste capítulo o autor relata uma experiência (corrida) transcendental de monges budistas.

” Para cada um de nós, existe um ponto além do qual o cansaço físico se transforma em algo diferente. Este ponto não é físico, mudando com o nível de preparo físico. Quanto mais em forma, mais a pessoa tem que trabalhar para alcançá-lo. Este ponto é como uma montanha, perdida na distância, coberta por uma densa neblina. Se você consegue alcançá-lo, jamais será o mesmo. É o que chamo de ruptura.”

(…) Em Quioto, no Japão, uma cidade repleta de templos belíssimos, existe uma escola budista conhecida como Tendai. Há quase mil anos, seus monges residem numa montanha nos arredores da cidade, conhecida como Monte Hiei. Alguns deles, após passar por um processo de seleção extremamente rigoroso, embarcam numa peregrinação que usa o ponto de ruptura como portal para atingir nirvana, um estado iluminado de transcendência espiritual. Nada no mundo dos esportes de resistência se compara ao que fazem esses monges maratonistas.

Os escolhidos (e são muito poucos) embarcam no Desafio de Mil Dias, Sennich Kaihogyo, um circuito de sete anos em que devem percorrer uma distância semelhante à circum-navegação da Terra (cerca de 40 mil quilômetros) enquanto rezam e cantam em mais de 250 pontos sagrados na montanha: cachoeiras, fontes naturais, árvores sagradas, riachos, altares, templos.

Existem dois circuitos, um mais longo, de 46.570 km, e o mais “curto”, de 38.630km. Nos três primeiros anos, os monges devem percorrer 30 a 40 km por dia por cem dias consecutivos. No quarto e quinto ano, devem fazer o mesmo em dois blocos de cem dias. No sexto ano, a distância aumenta para 60 km por cem dias. E, no sétimo, a distância aumenta ainda mais, 84 km por cem dias e mais 30 ou 40 por mais cem.

Começam às duas da manhã, vestindo apenas um roupão e sandálias de palha. Sua dieta consiste principalmente em sopa missô e arroz. Os que completam o desafio (e existem outros estágios, que incluem não dormir, comer e beber por sete dias) são considerados Budas em vida e venerados como santos. (…)”

Vou deixar o endereço aqui para quem quiser fazer a prova ou mesmo, só assistir o documentário: The Seven Year Pilgrimage to Enlightenment – YouTube

maio 13, 2021Carlos Mosquera
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Carlos Mosquera
13 de maio de 2021 Esportes
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