
O Papa Francisco deixa mais do que um legado: são milhares de pessoas pelo mundo apaixonadas por ele, pela sobriedade e humildade que contagiaram seus fiéis e “infiéis”. Partiu e deixará muita saudade, exemplos e conquistas.
Nesta mesma semana, perdi um grande amigo; assim como o Papa, ele deixou um legado — como amigo e dentro da universidade. Foi a mente pensante de uma geração. Aprendi muito com ele, quase sempre com um copo de cerveja na mão. Conversávamos sobre diversos temas da humanidade, educação e meio ambiente. Ele me mostrou a importância dos carrinheiros em Curitiba e do excesso de carros nas ruas, quando as bicicletas deveriam ser a melhor opção. Tudo isso há muitos anos, antes mesmo de eu iniciar minha militância pela educação especial. Ele já alertava, aos gritos, que nossos currículos estavam defasados. Se você duvida, basta abrir e ler o capítulo que ele escreveu no livro disponível neste site. Está em PDF — “Do currículo aos processos de reabilitação”. Vou sentir saudades do amigo, das conversas e da companhia etílica.
Na semana em que perco um grande amigo, resolvi assistir O Quarto ao Lado, de Pedro Almodóvar, com Tilda Swinton (Martha) e Julianne Moore (Ingrid). Um drama, como é habitual na direção de Almodóvar, mas o filme vai além: é reflexão e, principalmente, um dilema moral. Inspirado no livro O Que Você Está Enfrentando, de Sigrid Nunez, o filme mostra duas amigas que se reencontram após anos. Aproximam-se pelo dilema moral e vivem dias de reflexão e clareza sobre amizade e morte.
Quanto menos se fala sobre morte, menos entendemos nossa existência e mais sofremos com os lutos. Quanto mais se fala sobre morte, mais presente se torna o dia a dia, e mais próximos ficamos daqueles que amamos. Falar de morte é falar de vida, é perceber o quanto precisamos mudar para tornar a vida mais leve e feliz.
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