
Quando compramos um sapato, a pesquisa inicial geralmente envolve o preço e a qualidade do produto, mas também buscamos nos identificar com ele. O calçado precisa ser confortável, não pode apertar os pés, para que possamos usá-lo com tranquilidade.
No entanto, quando falamos de um tênis para se exercitar, a conversa muda um pouco. Vou usar o exemplo de um tênis de corrida — esqueça, por enquanto, o tênis casual. Na hora de comprar um tênis para corrida, é recomendável fazer o teste de pisada. Atualmente, muitas lojas de artigos esportivos oferecem esse serviço. Caso a loja não disponha desse recurso, observe o solado do seu tênis atual e veja qual parte do calcanhar está mais desgastada.
Se a pisada apresentar uma rotação mais interna, ou seja, se o desgaste for maior na parte interna do solado, isso indica uma pisada pronada. Por outro lado, se a pisada for mais externa, com desgaste na parte de fora, sua pisada é supinada. Já se o desgaste estiver distribuído de forma equilibrada entre as partes interna e externa, a pisada é neutra, o que significa que você distribui bem o peso durante a caminhada ou corrida.
Escolher um tênis de acordo com o tipo de pisada é fundamental para garantir maior proteção contra impactos e aumentar a durabilidade do calçado. Além disso, é importante verificar a qualidade da palmilha e do solado. Hoje em dia, há muitas marcas de tênis no mercado, e nem todas oferecem a proteção adequada. Por isso, converse com um professor de Educação Física ou um fisioterapeuta — eles poderão orientá-lo na escolha do tênis ideal.
Por outro lado, existe uma corrente internacional que defende que a melhor forma de correr é descalço. Se você ainda não leu, recomendo o livro “Nascido para Correr”, de Christopher McDougall. Nele, o autor explora os benefícios de correr sem calçados. No entanto, como nossa cultura não está acostumada a andar descalça, é mais seguro optar por um bom par de tênis. Outra dica importante é escolher um piso adequado para a prática — a grama, por exemplo, é uma ótima opção. O importante é não desistir e manter a disposição para se movimentar diariamente.
Outro ponto relevante é respeitar as fases da marcha, tanto para correr quanto para andar. Normalmente, a primeira parte do pé a tocar o chão é o calcanhar, seguido pela sola e, por fim, pela ponta dos pés. No entanto, alguns treinadores recomendam uma técnica alternativa para corrida, em que o apoio começa diretamente na planta do pé, seguido pela impulsão com a ponta dos pés. Essa técnica não é a minha preferida, mas pode ser testada. Experimente seguir essas dicas durante a caminhada ou corrida e observe como seu pé se adapta.
Não se esqueça de escolher meias apropriadas para o tipo de atividade, seja ela social, de passeio ou de longa duração. Atualmente, há diversas opções no mercado, com variedade de preços e funcionalidades. E, se possível, reveze o uso de dois pares de tênis — isso ajuda a prolongar a vida útil dos calçados.
Por fim, após a caminhada ou corrida, tire alguns minutos para ficar descalço. Isso ajuda a relaxar os pés. Faça isso sempre que puder!
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