
Onde você e com quem estiver e for comentado sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras), o assunto não avança além que é uma língua utilizada por pessoas surdas. Que pena que tratamos um assunto tão importante de uma forma descuidada. Melhor, muito importante, a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras. A Libras é uma língua completa, com gramática e estrutura linguística próprias. O seu reconhecimento legal é fundamental para que os surdos tenham acesso à informação, à educação e aos serviços públicos de forma igualitária. Será que é só isso?
Em outra perspectiva cultural, se o assunto entre os pares for o aprendizado de um outro idioma, faltará tempo para “narrativas” (mais uma vez) que elogiam e comprovam a importância desse aprendizado. E aqui não há controversas. Cito apenas o pesquisador PETTITO; “demonstra como o cérebro bilíngue, exposto precocemente, parece ter certas vantagens cognitivas sobre um cérebro monolíngue em termos de flexibilidade linguística e multitarefa”. A polêmica que apresento está justamente nestes valores, se um novo idioma, que quase sempre é o inglês, pode ser uma quase obrigação em aprender nos dias de hoje, por que não a Libras?
O ‘diferencial’ que proponho (escrevo sem saber se isso já está sendo aplicado), é ensinar a Libras logo nos primeiros meses de vida, quando ainda o sistema visual está em formação. Se ao nascer o sistema auditivo já está ‘pronto’, o visual precisa de alguns meses – dois anos é o tempo da maturidade deste sistema. No primeiro mês de vida à criança enxerga em preto e branco e vultos, já é suficiente para a mãe, pai, ou qualquer um que esteja próximo ensinar e insistir em um ‘sinal’ da Libras. Mamadeira, mamar, fome, linda (o), sono, enfim, são as palavras mais usadas nesse primeiro momento. Será que o bebê consegue usar dois sinais no primeiro mês de vida. Por que não improvisar um sinal neste primeiro momento? E se o bebê gostar?
Se ao final do primeiro ano de vida a criança consegue se comunicar com cinco sinais? É pouco ou é muito? Demorei um pouco mais explico melhor. Essa comunicação deve ser usada em crianças que não são surdas, são oralizadas. Quando essas crianças começarem a verbalizar as primeiras palavras, já saberão vários sinais. Um aprendizado que talvez tenha a mesma importância de uma outra língua. Alguns podem contestar que isso seria um investimento cognitivo complexo, para as duas partes, quem ensina e quem aprende. Não creio. Aposto que os custos iniciais, em trocar sinais, demora em aprender um sinal simples ou outro qualquer, seja menos importante do que as vantagens.
Para fechar, se cantamos para nossos filhos, se contamos histórias usando sons aliterativos e rimados, rimos para provocar risos, por que não podemos incluir a Libras? É isso!!!
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