Se minha mãe estivesse viva, hoje faria 92 anos. Nos últimos 8 anos de vida, viveu dependendo de filhos e cuidadores. Uma demência resultado de um acidente de ônibus urbano, foi o disparador do ‘sofrimento’ na velhice. Nessas datas, me deparo com a prepotência e ganância dos humanos, com ‘poderosos’ programas para retardar a velhice e-ou morte. ‘Envelhecer com saúde’ ou Envelhecimento saudável’ a propaganda dos novos programas de saúde. Todos estes com fórmulas compradas em farmácias e Centros ‘Médicos’, outros, com cirurgias milagrosas.
Primeiro, o envelhecimento cronológico é irreversível, poucas coisas podem ser tão patéticas como esconder a idade. O envelhecimento biológico, mesmo com todas agressões do ambiente e da genética, pode-se mexer nessa variável pensando na epigenética. Longe apenas dos suplementos, o biológico necessita de tempo para se modificar. Assim, essa prevenção começa muito cedo, digamos, na juventude.
Pode-se pensar até em outras variantes do envelhecimento como, o social, por exemplo; sim, envelhecemos pelas modificações no comportamento e desempenho de papéis sociais de acordo com a idade. E aí está uma variável que decorre da própria sociedade, àquela que está ao nosso lado – família, amigos, inimigos, chefe e amores – quando nos impõe limites pela idade. Muitos idosos se ‘entregam’ antes mesmo de sentir às dores da idade, mas sim, pela imposição social. ‘Isso não é coisa para você, é para jovens’ ou ‘Não faça isso se não pode se machucar’.
Enfim, somos bombardeados de mensagens subliminares que atendem interesses específicos do comércio e do poder, o suficiente para entregarmos nossa velhice aos prazeres do comércio. Velhice com autonomia é libertador, digna de respeito e prazeres. Quem sabe essa seja a verdadeira receita.
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