Maurizio Cattelan, o artista italiano que ganhou 6 milhões de dólares com a obra da banana adesivada em um quadro, deve ter lido o livro que estou lendo – O cérebro leitor( já apresentei esse título em postagens anteriores). De alguma forma já pensei em coisas semelhantes, pelos mesmos motivos que Cattelan apresentou a banana. Me explico. Desde os primeiros meses de vida, cada neurônio da retina do olho ganha correspondência com um conjunto específico de células nos lobos occipitais. Estes lobos são responsáveis para traduzir e interpretar o que chega da retina. Isso é denominado de organização retinotópica, cada grão de arroz, casca de banana, latinha de cerveja visto pela retina ativa uma localização específica e especialziada nos lobos occipitais e em uma fração de segundos. Especializações guardadas em caixinhas de acordo com funções. Assim, uma banana pode despertar não só o desejo da fome, pode quem sabe, despertar o interesse em gastar dinheiro. Só pode ser para, Justin Sun. Merece um estudo. O meu desejo, seria, comer a banana.
Uma aproximação dessa gastança, está descrita pelo neurocientista francês Stanislas Dehaene, quando afirma que “os primeiros humanos, inventores da escrita e da habilidade aritmética, foram capazes de tais realizações através daquilo que chama de ‘reciclagem neuronal'”. Uma de suas pesquisas, foram usadas bananas com primatas. Ao colocar dois pratos de bananas na frente de um macaco – um deles com duas bananas, enquanto no outro havia quatro -, uma área no córtex posterior (lobo occipital) daquele animal foi ativada pouco antes da ação subsequente, que é agarrar o prato com número maior de bananas. Essa área do cérebro, eis o acahado, é a mesma usada por nós, humanos, para realizar certas operações matemáticas. Dehaene, como também outros pesquisadores, já sabiam que, reconhecer palavras em leituras utiliza os cicrcuitos evolutivamente mais antigos da espécie, especializados no reconhecimento de objetos.
Se Dehaene descreveu a possibilidade de o “cérebro leitor explorar caminhos neuronais mais antigos, originalmente concebidos, não apenas para a visão, mas também para a conexão da visão com funções conceituais e linguísticas” agora sabemos, por Justin Sun, comprador do quadro da banana que, a mesma área do cérebro que interpreta a função e cor da banana, pode ser uma área também para gastança. Tome-se o exemplo das Bets.
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