Tenho guardado com muito carinho um livro de fisiologia, de título dessa postagem, de André Senet, de 1956, presente de um tio. As páginas amarelas pelo tempo, capa querendo se desgarrar, uma escrita com seus arranjos característicos. Tempos em tempos, pinço alguma informação para não esquecer a nossa evolução científica.
Uma delas: ” O fígado, portanto, produz glicose: Claude Bernard acabava de descobrir uma nova função do fígado, a função glicogênica. Quando anunciou, em 1843, esta descoberta aos meios científicos, causou surpresa (surprêsa) geral e até mesmo incredulidade: o fígado já era secretor da bílis e era espantoso que pudesse ter duas funções diferentes. Também os botânicos ficaram indignados: todo mundo sabe perfeitamente que só os vegetais têm o privilégio de fabricar os alimentos e que os animais só fazem assimilá-la e destruí-los em seguida, para assegurar sua sobrevivência. Os inúmeros contraditores de Claude Bernard começaram a fazer experiências para demonstrar seu erro (êrro) e naturalmente conseguiram.
Então, Claude Bernard replicou com uma experiência irrefutável, universalmente conhecida e célebre osb o nome de experiência do fígado lavado: tirou o fígado de um animal e nele (nêle) introduziu água salgada morna pela veia porta, recolhendo-a à sua saída do fígado pelas veias supra-hepáticas e concluiu esta operação, quando fígado, completamente lavado, não continha mais glicose; manteve-o então na estufa a 37°C; uma nova operação, alguns instantes mais tarde, demonstrou que a água salgada, à sua saída do fígado, estava novamente carregada de glicose, a qual era, concluindo-se, fabricada pelo próprio fígado. Assim, a função glicogênica ficou definitivamente provada”.
Deixe um comentário