Difícil quem não se emocionou com nossos atletas na Olimpíada, não só emoção, mas muito choro. Desde o instante que os iniciantes de qualquer esporte participam da primeira competição, a busca em participar de uma Olimpíada é consequência. Uma pena que o nosso choro esportivo acontece a cada quatro anos.
Analisando em outra perspectiva, nossas lágrimas nesses dias se parecem com a das carpideiras. Me explico, a partir de amanhã, esquecemos de qualquer menção esportiva, voltamos os olhos ao futebol profissional. Nossos atletas olímpicos, diferentemente do que falaram nas entrevistas, voltam a rotina do descaso. São poucas exceções, a maioria rala sem se dar conta do seu papel social e a roda continua girando.
A participação política (principalmente à esportiva), se reflete nos choros e desabafos dos atletas “ninguém sabe o que passei”, foi o que mais escutei. Não faço ideia mesmo do que passaram, dor no esporte é obrigatório, sofrimento é opcional. Agora, para outros profissionais, que não são do esporte, tenho uma breve percepção do sofrimento, àqueles do salário-mínimo que, durante 365 dias, é obrigado a engolir o seu choro para não perder o emprego.
“Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima”
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