A história da medicina é rica em informações importantes para enriquecer o presente, sem essas, não teríamos condições de sobrevivência. Alguns personagens, cientistas da época, fizeram a diferença.
Lendo o livro 10% Humanos (Alanna Collen), revejo temas sensíveis que ficaram esquecidos no passado, e que hoje, pouco pode somar com o que já está pronto. Os hospitais no final do século XIX não eram nada do que conhecemos hoje em dia. Collen cita o exemplo do quanto a morte rondava a vida dos pacientes; “Imagine enfermarias lotadas de doentes moribundos, feridas expostas em putrefação, jalecos cobertos de sangue e sujeira de anos de cirurgias.” Tão interessante a história que, mesmo que os micro-organismos já tinham sido descobertos no período da criação dos “hospitais modernos”, a correlação entre eles e as doenças não tinha sido estabelecida.
Mesmo com essa “modernidade” nos hospitais do século XIX, as mulheres foram as que mais sofreram com a proliferação dos hospitais, já que os riscos do parto, ao invés de diminuírem, aumentaram. Na década de 1840, até 32% das mulheres que davam à luz em hospitais acabavam morrendo. E não foi só isso, os médicos desse período- não esqueça, todos homens – “atribuíam a mortes a qualquer coisa, de trauma emocional a falta de higiene do intestino”.
Só muito tempo depois da morte de centenas de mulheres, um jovem obstetra húngaro chamado Ignaz Semmelweis, associou a relação entre o baixo índice de morte das mulheres que davam à luz na frente dos hospitais, com as parteiras por perto, comparado com as que se submetiam aos cuidados dos médicos em hospitais. A Febre Puerperal matava, e não havia até então uma certeza das causas.
Semmelweis reparou que os médicos que vinham dos necrotérios para a sala do parto, poderia ser a caua principal. De algum modo, pensou, eles estavam levando a morte das salas de autópsia para a maternidade. O resto é história.
Uma lembrança para mostrar o valor de um médico; Semmelweis, que passou por difamações por sua iniciativa e coragem, já que a sociedade médica do período, não aceitava a hipótese que os maiores responsáveis pelas mortes das mulheres, eram eles próprios.
Semmelweis morreu envenenado.
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