Ontem foi realizada mais uma prova do IronMan no Brasil, na cidade de Florianópolis e, junto dos interesses dos organizadores, os atletas cumpriram mais uma prova, o que antigamente, dizia-se, um sonho.
Quando essa prova chegou no Brasil, há 40 anos, os primeiros colocados chegaram com um tempo de mais de 12 horas, ontem, o primeiro colocado fez em 7h55, ou seja, menos que 8 horas. Naqueles anos, o desejo maior era terminar, hoje, competir. O que aconteceu nestes anos que os resultados atuais são tão expressivos? Enumero alguns que são mais fáceis de detectar. Além dos treinos que são mais específicos, a tecnologia mudou muito, o preço também. A nutrição esportiva hoje em dia tem uma importância tanto quanto os treinamentos, o que não se pensava nos longínquos anos 1980. A parte emocional está mais próxima dos atletas profissionais, os raízes também se submetem a esses caprichos.
Se pensar apenas nos atletas de rendimento e fazendo uma análise dos resultados das três modalidades que assistimos ontem, creio (escrevo sem saber a opinião dos técnicos dos atletas, apenas pela minha experiência) que a corrida é a única possibilidade de alguma melhora, dificilmente veremos melhores resultados na natação e no ciclismo, noves fora, o doping. Então, nos próximos anos, veremos os atletas de ponta correndo mais que esse ano. Isso é esporte de rendimento, um planejamento para se alcançar um ideal.
Quanto aos mortais, terminar a prova torna-se não apenas um ideal, mas sim, uma busca por algo como o samsara, mistura de sofrimento e paz, difícil explicar o motivo real, só quem cruza a linha de chegada de uma prova dessa pode explicar.
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