Passei durante todo o meu curso de Educação Física escutando que a corrida (atividades físicas em geral), ajudam na autoestima, no emagrecimento, na melhora cardiovascular e na sociabilização. Os tempos são outros, ainda bem. Sempre achei que correr para emagrecer era maçante, não tem lógica alguma em sair correndo para emagrecer. Deveria ter outro sentido a corrida, desconfiava eu.
Clarice Lispector ajuda a entender o tempo: “Era uma daquelas manhãs que parecem suspensas no ar. E que mais se assemelham à ideia que fazemos do tempo.”
Hoje damos um outro significado à corrida quando sabemos que a quinurenina (enzima) é um dos processos metabólitos responsáveis pela depressão, esclerose múltipla, deficiência cognitiva e outros. Por partes: quando corremos, nosso corpo precisa se adaptar ao estresse e aí o fígado é um desses responsáveis na adaptação. Converter o triptofano – um aminoácido que sintetiza a serotonina (hormônio do prazer) em quinurenina, essa é uma das atividades do fígado. Esta enzima é muito conhecida porque é a causadora dos tiques nervosos – isso acontece quando a concentração é elevada no cérebro.
Para que as concentrações da quinurenina não cheguem ao cérebro em grandes proporções, a corrida (em especial) pode ajudar a quebrar as moléculas desta enzima (ácido quinurênico), “limpando” o sangue e dificultando a chegada delas (enzimas) no cérebro.
Não só isso, quando as atividades físicas são regulares e permanentes, os vasos sanguíneos se dilatam mais facilmente nos processos inflamatórios e assim, aumentam a resposta imunológica.
Assim, deixamos de pensar meramente no estético para encantar-se com um “apoio” emocional ou, para alguns, correr para revelar-se, para explicar o inexplicável. Corra!
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