
Acordo com o som de vários pássaros. Assustado, sento na beira da cama para saber se estou acordado ou com a insônia ainda. O quarto escuro, telefone desligado, apenas um zumbido leve perpassando e vibrando o tímpano. Não consigo abrir os olhos direito, quero identificar melhor o som. Atordoado pela noite (noite?) mal dormida, levanto trêmulo, espio pela fresta branca da cortina. Meus “hóspedes” terminando de construir o ninho. E aí me ocorre: eles estão voltando? Preciso retomar meus sonhos de insônia, mas sei que não conseguirei. Tento, me viro, medito, replico, insisto, desisto. Daqui a quinze dias, dois novos pássaros se erguem deste ninho e seguem voos para algum lugar. Não tenho certeza se terei a alegriade de deslumbrar um outro momento como esse, mesmo que não saiba se tudo isso foi verdade.
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