Natal
O sino toca fino/ nem tão fino assim.
Não tem neves, não tem gelos/ quem sabe uma enchente.
Natal.
Já nasceu o deus menino/ o deus pedinte.
As beatas foram ver/ rever na verdade/já sabiam,
Encontraram o coitadinho/perdido e confuso com seu futuro.
(Natal)
mais o boi mais o burrinho/mais e mais….
e lá em cima/não só estrelas
a estrelinha alumiando/ em alguns momentos, apagando.
Natal.
As beatas ajoelharam/ até os joelhos sangrarem
e adoraram o deus nuzinho/e pretinho
mas as filhas das beatas/ as de sempre
e os namorados das filhas/ os de sempre
foram dançar black-bottom/sem saber por quê
nos clubes sem presépio/ como sempre.
Carlos Drummond de Andrade (O que fizeram do natal) e eu, para me sentir parceiro do maior poeta brasileiro
Feliz Natal
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