Por natureza humana, fica difícil qualquer tipo de previsão, melhor, planejamento. Cartomantes talvez sejam às exceções, o resto é duvidoso. Outra exceção são as pessoas que planejam destruições: natureza, relações, política, sobriedade, futuro e de um mundo melhor. Pourquoi, como dizem os franceses, temos tantas resistências em planejar e executar?
No livro de Marcelo Gleiser, O Despertar do Universo Consciente, o autor informa que Kepler, o astrônomo, em 1630 (ano da sua morte), previu que Mercúrio iria passar em frente ao Sol no dia 07 de novembro de 1631, seguido de Vênus no dia 06 de dezembro. Como uma pessoa poderia prever um acontecimento tão excepcional como este no séc. XVII? A missão de Kepler, segundo Gleiser, foi planejada originalmente para coletar dados durante quatro anos, acabou durante nove, usando o método do trânsito para encontrar nada menos do que 2.708 exoplanetas. Missão ou adoração? Planejamento ou sorte? Não faz mal, pessoas assim, são responsáveis por grandes acontecimentos, grandes realizações. Essas, são fundamentais.
Kepler só não conseguiu planejar seu futuro, mesmo com um talento monstruoso. “Numa manhã fria de novembro, já com o corpo frágil pela idade e sem dinheiro, uma das maiores mentes que já passaram por esse mundo montou num pangaré velho para ir atrás de patronos que lhe deviam pagamentos atrasados. Durante o caminho, Kepler se deparou com uma forte nevasca, que enfrentou com a persistência obstinada que marcava tudo que fazia. O grande pioneiro da mecânica celeste morreu no dia 15 de novembro de 1630, delirando pela febre alta, apontando ora para a cabeça, ora para os céus, balbuciando palavras ininteligíveis”.
A história mostra como o mundo é injusto, enquanto os predadores se aproveitam da falta de planejamento, outros morrem por uma causa “perdida”. E é assim até hoje.
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