Franz Kafka: “De um certo ponto em diante, não há mais retorno. Esse é o ponto que dever ser alcançado.” Lendo Kafka, lembrei do filme Força Maior, do diretor sueco, Ruben Ostlund, uma trama que gira nas relações do casal Tomas e Ebba e um casal de filhos. Um quase acidente nos Alpes Franceses, depois de uma avalanche fez o marido, Tomas, fugir e “esquecer” de proteger a família, coisa que a Ebba fez muito bem.
Em algum momento já fiz comentários sobre esse filme neste espaço, mas a frase de Kafka me empurra novamente para essas situações da vida, como no drama do filme. O que precisamos fazer para ser reconhecidos? Se Tomas é um covarde, abandoná-lo, como ele fez com a família ou reconhecê-lo? Não é comum um pai de família fugir na hora que mais precisam dele, principalmente em uma avalanche. Que ponto é esse que deve ser alcançado, segundo Kafka?
Nossas forças interiores que nos definem, nem sempre estão associadas ao heroísmo, nem tampouco são reconhecidas (se elas existem) assim tão facilmente. As vaidades e o preconceito são determinantes na aceitação dos nossos limites que nos transformam em humanos, pois os super-humanos não existem.
Prosear sobre uma situação desta numa mesa de bar seria suficiente para todos se transformarem em heróis, como tudo na vida, mas na realidade, nossos impulsos primitivos são reflexos dos répteis.
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