Algumas expressões estão tão vulgarizadas que perderam o sentido, não sabemos, quando são ditas ou escritas o que o emissor pretende. Quando o cérebro é tema, mais coerente esquecer o coach e procurar Antonio Damásio.
“Se usada inesperadamente e desacompanhada de uma definição apropriada, a palavra “consciência” adquire múltiplos significados e se torna um pesadelo linguístico. A jovem palavra inglesa consciousness nem sequer existia no tempo de Shakespeare e não tem correspondente direto em línguas românticas; em francês, italiano, português e espanhol é preciso quebrar o galho com o equivalente de conscience e usar para esclarecer qual significado de “consciência” o falante quer transmitir.
(…) Contudo, discretamente, oculto a sua bagagem cultural, existe um significado essencial da palavra “consciência” que neurocientistas, biólogos, psicólogos ou filósofos contemporâneos podem reconhecer, muito embora estudem o fenômeno com métodos variados e o expliquem de modos diferentes. Para todos eles, o mais das vezes, “consciência” é sinônimo de experiência mental. E o que vem a ser experiência mental? É um estado da mente imbuído de duas características impressionantes e relacionadas. (…) O “organismo é o proprietário de sua mente específica”; a mente pertence a seu organismo específico. Nós – eu, você, quem quer que seja a entidade consciente – somos proprietários de um organismo animado por uma mente consciente.”
Fonte: Sentir e Saber. As origens da consciência. Antonio Damásio
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