Comecemos pelo principal. Classifica-se deficientes visuais tanto a pessoa que tem a baixa visão como aquela pessoa que não tem acuidade visual, ou seja, não enxerga. Há sempre confusão de conceitos quando se usa a expressão deficientes visuais. Estes são muitos pelo Brasil.
Uso o exemplo dos cegos para comentar novas descobertas cerebrais porque me sinto mais seguro, mas serve, a explicação, para qualquer situação da vida. Plasticidade cerebral é a última revolução e descoberta do cérebro, desde Joseph Altman, em 1965 (em breve escrevo sobre este pesquisador).
Fazendo uma analogia do cérebro com um computador – uso apenas didático – sabemos que, os sinais que saem da retina, quando olhamos algo, direcionam-se para o córtex visual (região oposto aos olhos na cabeça), área principal que processa a visão. Igualmente o funcionamento de um computador. Tudo previsível. Não troque de canal!
Aí vai a primeira pergunta, o que acontece então, nas pessoas que não enxergam? (o mesmo exemplo serve para as pessoas que não escutam). O córtex visual “se atrofia”? Isso que a ciência acreditava. Hoje sabemos que o córtex visual pode receber informações também do córtex tátil. Quando um cego usa o braille para ler e escrever, além de ativar o córtex tátil, também sofre influências do visual. “Em outras palavras, os neurônios que em geral enviam axônios para a região do córtex que processa as sensações da ponta dos dedos empreendem um desvio enorme de sua rota, propagando projeções para o córtex visual.”
O mesmo exemplo serve para as pessoas que se comunicam em LIBRAS, áreas do córtex auditivo são acionadas em todos os movimentos corporais que as pessoas se expressam.
Com estes achados, principalmente de Michel Kaplan (final dos anos 1990 – ou seja, muito recente), hoje sabemos que a neurogênese ocorre durante toda a vida adulta. A neurogênse axonal no hipocampo, é estimulada pelo aprendizado, exercícios físicos, estrogênio, antidepressivo (explico em outra postagem), enriquecimento ambiental e lesão no cérebro. Estes são os fatores já comprovados. O contrário também pode ocorrer, inibição, por fatores estressores.
Pra terminar; estas informações são relevantes e pouco exploradas pelas escolas, saúde, justiça, meio ambiente ….se todos os cérebros conseguem se ajustar às necessidades da vida, por que não exploramos estes conceitos da neurociência? Esta foi outra pergunta. Do jeito que a coisa está, é quase certo que os neurônios devem estar migrando para onde não deviam. Aí o estrado é grande. Precisa de exemplos?
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