Invariavelmente nas minhas palestras sobre Deficiência Visual (DV) alguém me pergunta “o que são moscas volantes”, e eu, que não sou médico, arrisco, com humildade uma resposta: “são manchas que aparecem nos olhos, como se fossem “moscas” passeando pelo campo visual”. Uma resposta simplista como esta fica difícil de entender o que causa o aparecimento das “volantes.”
Explico melhor; no início deste semana, alguns “raios de luz escura” começaram a surgir na minha vista direta. Apareciam principalmente quando o olho não estava em movimento. Dois dias depois, estas “moscas” diminuíram a frequência, mas o canto superior nasal dava a impressão de embaçado. Logo comigo? Não é assim que nos perguntamos quando aparece uma doença? Logo eu que trabalho com cegos? Será que minha retina está se deslocando?
Sabia que o humor vítreo é a principal causa – o vítreo constitui 80% do volume ocular, uma espécie de gel, que ajuda o olho a manter uma forma arredondada. O principal é que o vítreo está ligado à retina.
Pois bem, sabendo disso, não tive outra opção a não ser procurar um especialista, no caso, uma especialista. Diagnóstico depois de “cegar” o meu olho para “ver” a retina. Deslocamento Posterior do Vítreo (DPV).
Antes mesmo de perguntar à medica a causa desse tal de DPV, pensei nas “poeiras” que entram nos meus olhos quando pedalo, imaginei o cloro da piscina, genética, o excesso de cerveja, enfim, pensei em tudo e em nada em meros 15 segundos. A resposta da médica sobre a causa do deslocamento: idade.
Tá certo, não tenho como fugir, vou passar o resto da minha vida “vendo” moscas passeando nos meus olhos. Melhor assim, pelo menos posso continuar com o cloro nos olhos e quem sabe, conversar com as “volantes.”
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