Tempos atrás anunciei neste espaço o lançamento do livro do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis (Planeta, 2020), mas só ontem terminei a leitura. Desta vez o texto é mais leve e fluído, diferente do último livro que lançou (Muito além do nosso eu, 2017), pelo menos a minha opinião. Quem já leu Antônio Damásio compreende o cérebro de uma forma mais fácil. Mesmo assim, o livro é uma grande obra
“O cérebro não evoluiu para descrever a realidade, mas para criar modelos de realidade que maximizam nossas chances de sobrevivência em um universo previsível”, define o autor. Além da explicação e formulação de alguns conceitos clássicos da neurociência, compreender o corpo em movimento é um outro aprendizado do livro:
(…) “Essa capacidade de planejar formas para transformar objetos do mundo exterior, combinada com a disseminação desse novo conhecimento por todo um grupo social, certamente define um dos atributos neurológicos que diferencia a nossa espécie dos outros primatas. O fenômeno por meio do qual as mesmas estruturas cerebrais , presentes em diferentes indivíduos, são ativadas simultaneamente pela execução de um ato motor de um membro desse grupo social é comumente conhecido como RESSONÂNCIA MOTORA. Se os observadores desse ato motor começam a reproduzir os comportamentos motores observados por eles, estamos diante do fenômeno CONTÁGIO MOTOR. Quando esse contágio se manifesta depressa, o fenômeno passa a ser referido como MÍMICA.”
É por isso que precisamos aprender à andar, caso contrário, permaneceríamos em quatro apoios. Aprender é necessário para o nosso crescimento e desenvolvimento.
Sem dúvida, Nicolelis, há muito que já é uma das principais referências da neurociência em todo o mundo.
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