Acabei de ler o livro de Tara Westover – A menina da montanha – (Ed. Rocco, 2018), um presente que sempre gosto de receber. O livro foi muito bem avaliado pelos especialistas, instigando o leitor a perceber a importância da educação para as mudanças na vida. Todas as críticas apontam a educação como tema principal da narrativa da escritora. Discordo um pouco desta insistência na temática. Desde o começo do livro fiquei curioso em saber como a educação poderia mudar a vida de uma menina que residia na montanha e nunca foi à uma escola. Me enganei, só na metade do livro é que começa o relato de Tara dentro de uma Universidade. Talvez por isso mesmo, pude degustar melhor a história, quando percebi que a narrativa era sobre uma família, esta sim, era a temática principal, pelo menos para mim. Uma família opressora, raivosa, egoísta e medíocre, principalmente pela figura do pai (como sempre). “A culpa é o medo da nossa própria desventura. Nada tem a ver com outras pessoas.”
Como libertar-se dessas amarras da opressão da família, como não sentir culpa, como romper com tudo isso sem sentir medo, ou melhor, sentir mas superar-se. Eis aí a magia do livro, a educação vem depois, quando a autora consegue, pela educação, disseminar sua “aventura” de romper com a opressão.
“Larguei a culpa quando aceitei minha decisão em seus termos, sem ficar remoendo eternamente velhas queixas, sem ficar comparando os pecados dele com os meus. Sem pensar mais no meu pai. Aprendi a aceitar minha decisão em benefício próprio, não por causa dele. Porque eu precisava, e não porque ele merecia.”
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