Pedro e João Editores. Organizadores: Araci Asinelli-Luz; Flávia D. Roldão; Jardel Barszcz; Noara T. Klabunde. Abaixo deixo um recorte de um capítulo deste livro de Ensaios. A proposta do ensaio (recorte) vai muito além de conhecermos sobre visão, é preciso aprendizagem. Segue, então, a “nossa opinião”
O livro ainda será lançado -2025
VER OU NÃO VER: eis a nossa opinião
Carlos Mosquera
Araci Asinelli-Luz
Jozilene Melo de Andrade
(…) Essa é outra vantagem das seis mãos, carregam experiências distintas, fecundas, marcadas por histórias transformadoras, uma sintonia de aprendizados como uma sinfonia. O tema escolhido para esta escrita foi instigado por uma ‘percepção’ que sincronizou o lado esquerdo do peito dos autores, não houve arritmias, nem apneias. Foi síncrono, um tema que perpassa em todos nós, com alunos com ou sem deficiência. Ver, o tema do ensaio, ou ser cego, não dependem apenas da saúde do sistema visual, depende de uma série de valores; ambientais, de cultura, do querer, como também, do interesse.
Assim, sugerimos, que façam uma leitura deste ensaio como Nietzsche sugeriu: “Ler devagar com profundidade, com intensidade, portas abertas e olhos e dedos delicados (2004, p. 14). A saia justa de tudo isso é que a grande maioria das pessoas que conhecemos, inclusive nossos alunos e familiares, olham, mas não enxergam. Não precisamos de acrobacias para explicar este fenômeno, mesmo que isto não seja fácil de explicar, mas é possível compreendermos a nossa ‘cegueira’. Talvez por isto Paulo Freire tenha dito que a leitura de mundo precede a leitura da palavra (1987), que necessariamente nada tem a ver com enxergar, fenômeno ligado à visão. Tem a ver com a não neutralidade da ciência, a não neutralidade das atitudes. Como não pensar em Pessoas com Deficiência (PcD)? Como não pensar em Saramago? “Ensaio sobre a cegueira” (2020). Como não pensar na bíblia? “Vai lavar-te ao tanque de Siloé!” (Siloé significa ‘enviado’) O homem assim fez e depois de se lavar voltou, vendo.
Um ponto deste universo de assuntos sobre visão interessa a muitos, a percepção visual, o foco principal da união das seis mãos ( dos três autores). Não temos resposta para nada, apenas problematizaremos algumas evidências que instigam muitas e muitas prosas. Nos cercamos de autores clássicos para valorizar o metro quadrado de papel, quem sabe ao final desta leitura, torne-se o metro quadrado mais caro do Brasil.
São eles: Antonio Damásio (2011), Oliver Sacks (2013), V.S. Ramachandran (2010), David Eagleman (2017), Paul Bloom (2024), Paulo Freire (1987), entre outros.
Os atomistas (séc. V a C.) entendiam que a matéria era um conjunto de partículas. Os objetos liberam películas (Eidola) muito tênues, essas mesmas películas, penetram nos olhos e se transformam em informação. Para que essa teoria funcionasse, a Eidola, a visão ocorre porque há um contato físico real. Por muito tempo, acreditavam que os olhos eram sensores inertes, ficavam parados esperando as informações chegarem. Até Darwin tinha dúvidas sobre sua teoria quando o assunto era visão. Achava que o mecanismo e a beleza dos olhos eram tão perfeitos que era impossível a evolução do corpo humano chegar à esta perfeição. Seja lá o que isso importa agora, mas compreender como enxergamos também passou pelo dogma de RA – deus do Sol (1500 a.C.), a Luz era a testemunha do deus RA. “A luz era a visão de RA, e as coisas existiam porque ele a via e tudo se iluminava”. E a luz virou simbolismo. Luz é conhecimento, mas também na visão cristã, Cristo é a luz, a verdade e a vida. Na ciência, o período de luz (Desenvolvimento científico) denominou-se Iluminismo e teve como alguns de seus expoentes, Jean Jacques Rousseau, Voltaire, Montesquieu, Denis Diderot, D´Alembert, Adam Smith, Immanuel Kant, John Locke, entre tantos outros. Continue com a gente, não desista.
(….)
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