Das poucas coisas que sinto em não usar as redes sociais é acompanhar os comentários, textos e colunas de Xico Sá, jornalista e escritor, daqueles que o Brasil precisa tanto. Sua escrita é alegre, leve e instrutiva, como ensina os manuais da vida. Compenso a distância das redes, lendo os livros do Xico. Cão mijando no caos é de 2024 da editora e-galáxia.
“O que fazer, pergunta-se o cronista, no universo em desencanto sem primavera alguma a chegar? Como preservar o carinho pelo ínfimo do dia a dia em meio à estridência reacionária que, ágrafa, se apossou das ruas na última década? O pensador Bacanaço tudo disse: “– Pense numa ventania! Só sei que comecei vendendo camisetas tipo Che, Bakunin e ‘Não vai ter Copa’… Quando vi estava negociando símbolos da Pátria, bandeiras do Brasil, adesivos e canecas ‘Fora Dilma'”.
Democracia certamente em vertigem, como reencantar o cotidiano? Talvez recorrendo a Heráclito: “Não se bebe duas vezes no mesmo bar-bodega”. E, na dialética da história, recordar a mescla inspirada de Caetano Veloso sampleando Orestes Barbosa na voz do Rei: “Tudo vai mal/ Tudo, tudo, tudo, tudo/ Tudo mudou/ Não me ilu…”
Fonte: Editor
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