Escuto muito a lamentação “ah se tivesse 20 a menos” ou também “quem me dera se tivesse 18 anos”, como o “se” não atende o presente, nos resta lamentações. Será? Cada época da vida nos aproximamos dos prazeres compatíveis da nossa cultura, formação e idade biológica. Vale para qualquer idade. O que um garoto de 14 anos gosta de fazer? Jogar bola? Redes Sociais? Música? E se gostar de pesquisa? Sim, ainda bem que existe jovens que fogem dos prazeres da cultura.
Ele se chama Heman Bekele, cursa o ensino médio da Virgínia, nos EUA, e pensou que o câncer de pele poderia ser uma ótima fonte de pesquisa. Etiópia, seu país natal, foi a inspiração. E que inspiração! Recebeu o prêmio de “Melhor Jovem Cientista da América”, com isso recebeu US$ 25.000 após vencer o 3M Young Scientist Challenge deste ano.
“A ideia do adolescente de fazer um sabonete para tratar o câncer de pele surgiu de suas lembranças de pessoas que trabalhavam longas horas ao ar livre sob o sol forte na Etiópia, seu país natal.
Ele usou vários ingredientes – incluindo ácido salicílico, ácido glicólico e tretinoína – para criar um sabonete para o tratamento do câncer de pele que ajuda a estimular as células dendríticas. Um dos maiores desafios, disse Bekele, era evitar que o sabonete se descascasse. Ele acabou usando uma mistura de hidratante, óleo de coco e manteiga de karité orgânica para conseguir isso.”
Lógico que novas pesquisas sobre o “sabonete” devem ser incrementadas, certo também que algum laboratório farmacêutico deve comprar a patente. Tudo isso já é previsível, mas insuficiente para apagar a energia de um garoto como Heman que tem uma alma de investigador. Outras descobertas ele vai fazer e certamente, salvar muitas vidas.
O nome do jovem pesquisador, me lembrou do escritor Herman Hesse, e o livro O Lobo da Estepe. Li este livro na adolescência pois fui tragado pela vida do personagem Harry Haller. Se Heman inventou um sabonete, Harry, uma nova vida. As idades não são desculpas para “novas invenções.”
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