Não canso de escrever sobre isso. Meados anos 1980 fui convidado e provocado para ministrar aulas de judô para crianças, jovens e adultos com deficiência visual (cegos e baixa visão) numa escola especializada em Curitiba/Pr. Nestes anos ainda existiam escolas especializadas. Foi para mim o melhor aprendizado na área esportiva e humana. A construção social permitiu que alguns destes paratletas participassem dos Jogos Paralímpicos (antigamente era Paraolimpíada) de Seul, na Coreia, em 1988. Só para se ter uma dimensão da importância deste projeto; em Seul, o Brasil ficou na 24° colocação, com 27 medalhas no total, destas, 3 foram de bronze do judô, sendo duas dos atletas de Curitiba (Jaime de Oliveira, até 60 kg; Júlio Silva, até 65 kg.) O judô paralímpico paranaense para cegos foi o mais pujante do Brasil.
Lendo a matéria que segue esta postagem, lembrei desta passagem da minha vida e de todos aqueles atletas que um dia puderam compreender a importância do esporte para a inclusão. Tive e tenho a certeza que deixamos um legado. O esporte é imprescindível para a inclusão de pessoas com deficiência.
Atletas e treinadora paralímpica afirmam que esporte também ajuda a superar introspecção (FSP 26/09/23)
Num cantinho com sombra, perto da entrada de onde ocorria uma competição de judô, Flávia Higino, 45, aguardava o momento para assistir a luta de sua filha, Rafaela, 11. Com a mãe, sacolas com água, roupas, toalha e marmitas. “As competições são assim. Você precisa trazer tudo e estar sempre preparada”, conta a nutricionista, que também estava acompanhada da filha mais velha, Beatriz Higino, 14.
No judô paralímpico desde o ano passado, Rafa, que nasceu com glaucoma congênito, explica que o esporte tem sido uma importante ferramenta para sua vida. “Cada luta é uma experiência diferente. Aprendemos que acima de tudo temos que respeitar nosso adversário”, diz a judoca que foi ouro e bronze em campeonatos recentes.
https://www1.folha.uol.com.br/blogs/maternar/2023/09/judo-empodera-jovens-com-deficiencia-visual.shtml
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