Richard Dawkins afirma que o nosso maquinário genético é organizado para solucionar tarefas individualmente, bem, pelo menos foi o que disse em 1986. Na prática, observamos pouco altruísmo e muito egoísmo. Nos meus momentos flanando, seja nas rotinas do dia ou nas leituras, as observações coincidem com este título da postagem. Somos campeões (a humanidade) em ajuda em situações trágicas: enchentes, fome, ciclones e muito mais, desde que, não estejamos próximos das vítimas. Quer um exemplo? Refugiados, moradores de rua, colegas que convivem diariamente conosco e nem sequer sabemos o que está passando com esta pessoa.
Dawkins nos apresenta alguns exemplos: “o comportamento egoísta pode consistir apenas na recusa em partilhar um recurso valioso, tal como o alimento, o território ou os parceiros sexuais.” Oposto a estes comportamentos, encontramos em outros animais. O comportamento aparentemente altruísta pode ser encontrado, por exemplo, na picada das abelhas-operárias. É típico de um comportamento defensivo muito eficiente contra ladrões de mel. Mas as abelhas que picam são lutadores camicase. No ato da picada, os órgãos vitais são normalmente arrancados do seu corpo, e o inseto morre pouco depois. Pode ser que a sua missão suicida tenha posto a salvo o estoque vital de alimento da colônia, no entanto ela própria já não estará presente para tirar proveito disso.
Gostemos ou não desta teoria, da nossa natureza egoísta, do distanciamento do altruísmo, mas assim somos, as nossas contradições ajudam a explicar nosso jeito tolo na convivência com os demais. Só sinto não termos genes para saber quem são os mais egoístas e os mais altruístas.
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