Ganhei um “Sentido da vida” de Contardo Calligaris (Paidós, 3° edição), uma bela lembrança, e que faz “sentido.” Como sempre, os ensaios de Calligaris marcam e marcaram toda uma geração de leitores da Folha de São Paulo, que, como eu, aprendemos um pouco de Psicanálise e de Filosofia. Mesmo que nem sempre estes fossem os temas principais.
Muito antes de saber o que Contardo pensava sobre felicidade, meus conceitos sobre essa tal felicidade eram próximos ao que ele acreditava, como agora neste livro ele apresenta. Sempre achei felicidade um conceito muito comercial, por isso mesmo, estar feliz ou não, para mim continua sendo muito abstrato, para ele, Calligaris, apresenta no título de um capítulo “Felicidade, uma preocupação desnecessária.” Sim, é o que penso também. Nos apegamos a formulações construídas socialmente e permanecemos constantemente obrigados a responder estes apelos. Você é feliz? O que você tem? E por aí vai!
Um like para Calligaris quando escreve que, ter uma vida interessante (aqueles que se atentam, se arriscam e se aventuram verdadeiramente pela vida) é muito mais real (palavra minha) do que uma vida feliz. O conceito felicidade continua sendo comercial e apelativo. Para o autor, a vida não precisa ter sentido, é desnecessário. O sentido não está nesta passagem, mas como passamos por ela.
Sempre é bom reler Contardo Calligaris, um trampolim para tornar a vida mais interessante, mesmo que para isso, tenhamos que pagar caro, como sempre dizia.
“Felicidade é uma tradução próxima da palavra grega eudaimonia, que significa literalmente “bom espírito” ou “bom gênio” (o daemon, para um grego, é a figura intermediária entre o humano e o divino).”
obs: Calligaris terminou de escrever este livro um pouco antes de falecer
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