Layard, arqueólogo das antigas, se aventurou em terras de Nimrud, as prometidas e acertou em terras de Nínive (9 a C.). O resto é história, mas assim viviam os aventureiros de antigamente. Hoje, as aventuras são acompanhadas por cartões de crédito e um planejamento impecável. As últimas notícias de “aventureiros” milionários morrendo submersos, contradizem em parte essa teoria.
Essa introdução para dizer que hoje me perguntaram qual seria minha próxima aventura. Confesso que fiquei paralisado com a pergunta, como saberia meu amigo que estou planejando uma “aventura.’? A coincidência despertou a necessidade em planejar melhor minha trilha. Pior que os aventureiros de antigamente, a desculpa pelo meu relapso é a poesia do espanhol Antonio Machado, “Caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar.” Me agarro nisso para justificar a incompetência em planejar.
O mais importante para mim, independente da “aventura” é testar a solitude, como os monges tibetanos, se estes buscavam o Nirvana, eu, a alegria em descobrir caminhos novos e belos, independente das paragens. Nem sempre as contingências da vida oferecem estas decisões, quando aparecem, refugamos, com desculpas esdrúxulas e comodista. Sem dúvida que ninguém precisa se aventurar por aí para dar sentido na vida, a analogia apenas para apontar o quanto deixamos de desejar. Medo, filhos, dinheiro, companhia, tempo, saúde e tantas outras contradições sem o menor remorso.
Não se “aventurar” em caminhos desconhecidos para se descobrir mais sóbrio, é uma chance de se afastar dos princípios do filósofo grego Diógenes, que fez do controle das paixões e da autossuficiência os valores centrais de sua vida (vale conhecer a história desse personagem).
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