O sol de Deus
Mas eu enfrentarei o Sol divino, o Olhar sagrado em que a Pantera arde. Saberei porque a teia do Destino não houve quem cortasse ou desatasse. Não serei orgulhoso nem covarde, que o sangue se rebela ao som do Sino. Verei o Jaguapardo e a luz da Tarde, Pedra do Sonho e cetro do Divino. Ela virá-Mulher- aflando as asas, com o mosto da Romã, o sono, a Casa, e há de sagrar-me a vista o Gavião. Mas sei, também, que só assim verei a coroa da Chama e Deus, meu Rei, assentado em seu trono do Sertão.
Ariano Suassuna
Deixe um comentário