Troquei um chocolate pelo livro de Bruce Albert e Davi Kopenawa (Companhia das Letras).
O livro começa assim: “Temos palavras para contar como Omama a criou nossa terra-floresta. Quando ele chegou à existência, desejou que ela aparecesse junto com ele. Primeiro, a desenhou com a tintura vermelha do urucum dos espíritos xapiri pe, como os desenhos de palavras de vocês numa pele de papel. Ele fez o mesmo com o sol. Mas primeiro teve de apagá-lo e refazê-lo, pois estava escaldante. O que ele criou depois é muito menos quente (…)”
…”Com a publicação de A queda do céu, Davi Kopenawa e Bruce Albert empreenderam uma verdadeira revolução, cujo impacto pode ser sentido até hoje. Os autores tiveram também uma considerável contribuição nas grandes transformações do pensamento ecológico contemporâneo, que descontruiu o conceito de Natureza e já não mais distingue povos humanos e não humanos. Produzida entre 2000 e 2020 por ocasião de várias exposições realizadas em Paris pela Fundação Cartier, conjuntamente com os habitantes da casa coletiva yanomami de Watoriki (a serra do Vento), a presente coletânea reúne uma vasta trama de reflexões e diálogos que, a partir do saber xamânico dos Yanomami, evoca, sob diversas perspectivas, as imagens e os sons da floresta, a complexidade de sua biodiversidade”
Deixe um comentário