Tenho o LP Almanaque, guardo com muito carinho. Escuto em oportunidades diversas, quase sempre para lembrar da minha juventude, sem saudosismo, lógico. A música O meu guri é uma das preferidas. Fui buscar hoje na FSP a coluna de Flávia Boggio, porque comentava sobre a improvisação que o próprio Chico escreveu sobre essa música (um trecho está abaixo).
Meu guri, para meu guru, esse é o mote da “nova” letra. Sem me aprofundar nas modernidades, escuto diariamente as críticas sobre o que os coaches comentam nas redes. Sinceramente, fico sem muitas palavras para definir essa “nova” profissão, isso porque nunca escutei nem mesmo li nada sobre esse jeito de motivar às pessoas. Sempre acreditei em duas coisas, ensinamento do meu avô; ganhar dinheiro honestamente é difícil e, não existe príncipe (princesa) encantado, apenas homem e mulher com suas dores e delícias (Caetano) e seus defeitos. Acreditando neste mantra, me afastei do autoajuda.
Vejamos o que o Chico improvisou:
Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Ficava dizendo que ia arrebentar
Já foi mandando eu fazer o meu nome
E que eu tinha que cedo acordar
Me vendeu um app com um curso dentro
Dinheiro, saúde e mantra pra entoar
Livro, métodos e investimentos
Pra uma Ferrari um dia eu comprar
Olha aí, ai o meu guru, olha aí
Olha aí, é o meu guru
E ele chega
Chega suado e sagaz na internet
Trazendo uma frase pra me motivar
É tanta lente no dente, seu moço
Que haja dinheiro pra pagar
Me falou da bolsa, de investimento
Compra bitcoin pra diversificar
Day trader é profissão do momento
Pra finalmente rico eu ficar, olha aí!
Olha aí, ai o meu guru, olha aí
Olha aí, é o meu guru
E ele chega
Chega pilhado e loquaz no encontro
É sempre um monstro ao me estimular
Eu não entendo essa gente, seu moço
Fazendo alvoroço se a bolsa cai
O Primo Rico em Alphaville, acho que tá rindo
Acha que tá lindo, com a live no ar
De repente acordo, olho pro lado
E bitcoins ele foi minerar, olha aí
Olha aí, ai o meu guru, olha aí
Olha aí, é o meu guru
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