Pensei em escrever sobre o movimento/barulho que acontece nesse momento (15/11) na frente do quartel do Bacacheri, mesmo morando distante do movimento antidemocrático, escuto as vozes de revolta. Como esse espaço é democrático, achei melhor comentar sobre a última compra que realizei.
Meus pontos do cartão estavam vencendo, para não perder, resolvi investir no meu futuro lazer, comprar um Air Fryer(alguns dirão que é coisa da direita). Raramente faço uso das compras pela internet (coisa da esquerda, dirão outros), mas não hesitei dessa vez. Como não sofro pressões do totalitarismo da esquerda e nem da direita, instalei a “máquina”. Não foi tão fácil assim, lógico, minhas tomadas não atendiam a especificação do tal Air Fryer, tive que improvisar um adaptador (coisa da esquerda). A única coisa que havia lido do aparelho é que precisava deixá-lo ligado por 15 min antes de esquentar ou fritar algum alimento. Foi o que fiz (isso é de esquerda ou de direita?).
Liguei o Air por 15 min como dizia o manual e, para minha sorte, fiquei esperando próximo, aguardando a inauguração. Não só do Air Fryer, como também da minha investida na cozinha (coisa do centro), como é modismo, talvez pudesse ganhar outro prazer na vida (direita). Quando a cozinha foi invadida por uma fumaça de queimado, corri para desligar o “objeto não reconhecido.” Nem a esquerda e nem a direita seria capaz de identificar o sentimento de raiva que passei naqueles minutos.
Os extremos não seriam tão incompetentes, liguei a máquina sem ao menos saber o que continha dentro do Air Fryer. A fumaça era tanta, que o sentimento político do capitalismo libertário se esvaneceu, a única reação foi tirar a máquina de dentro de casa, para evitar que os vizinhos chamassem os bombeiros. Papelão, nota fiscal, garantia, plástico bolha e tudo mais se escafedeu.
Nem sei se o aparelho está funcionando, não tive coragem de testá-lo. Mas isso não é o mais importante, o momento foi decisivo e me mostrou que não devo mais investir nessa área, deixo a gastronomia para quem realmente leva jeito. O melhor mesmo é guinar para o centro.
“Um homem que não seja socialista aos vinte anos não tem coração; um homem que permaneça socialista aos quarente não tem cabeça.” – a frase é copiada do livro Por quem as panelas batem, de Antonio Prata. Uma das matérias do Prata é Guinada à direita, ali vocês podem ler algo melhor do que acabo de escrever.
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