Quando Galeno fez a descrição do olho, deparou-se com uma ótima analogia: as camadas do olho parecem com camadas de roupas – tunicae, ou túnicas. Para a época foi uma boa analogia, pois cada camada do olho tem a sua própria forma, não sendo necessariamente feita do mesmo material.
De qualquer forma, a retina, a última camada do olho é que vai enviar sinais para o nervo óptico, para o córtex visual decodificar os sinais. Enxergamos com o cérebro e não com os olhos. Kepler escreveu “Se tudo que vemos é uma representação do mundo, então enxergar é apenas uma encenação?” Indiscutivelmente, sim! Um grande teatro
Não sei como acharam este número, mas vamos crer que seja verdade, 80% das nossas experiências são decorrentes do processo visual, nossa “realidade” é visual. Inclua no pacote, encontro dos amores, escolha de profissão, preferência turística, opção de projetos de vida e por aí afora. Em resumo, usamos demasiadamente a visão, resultado da nossa cultura visual.
Degustar um vinho, cheiro amado, sonhos de olhos fechados, passeio na chuva são experiências inesquecíveis e ricas em sensibilidade, sem a preocupação da visão. Para muitos é insano viver sem a visão, para mim é insano viver usando apenas a visão para viver. Nossos “templos” (escola, família, igreja….) estimulam o absurdo, a busca da verdade pela visão. Será possível um dia enxergar a alma sem a visão?
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