Sou um apaixonado pela vida, mesmo divagando nas dificuldades em entender o que estou fazendo nesta passagem. Por isso vou em braçadas buscar um sentindo, qual seria? Me apaixonar pelo que faço. Basta? Isso não quer dizer que não sofra com as tragédias do mundo, com a pobreza dos curitibanos, com os traumas de infância e com o resto do pacote.
Apaixonar-se por uma pessoa, diferentemente de outras paixões da vida, envolve dezenas de variáveis que nem sempre mantemos controle. Estas envolvem: nossos desejos, crenças, cultura, neurofisiologia e sei lá mais o quê! Isso explica em partes porque nos apaixonamos por uma pessoa e não por outra. Paixão tem algo de serendipidade, acontece e não precisa explicar. Como sempre buscamos uma razão – por que logo ele/ela? – Os cientistas chegaram em algumas conclusões. (A ciência nem sempre explica tudo)
Uma delas: nos apaixonamos por semelhança familiar. Quantas e quantas vezes percebemos estas semelhanças com casais próximos, ou mesmo com a gente. A teoria explica que buscamos segurança nos relacionamentos iguais aos nossos progenitores. Seja no aspecto físico ou comportamental, mesmo que isso seja inconsciente. A segurança conta muito para esta aproximação.
Outra. Por correspondência: Compartilhar experiências da vida que sejam muito próximas ou similares – gostar das mesmas músicas, dos mesmos esportes, viagens, cozinha…- os valores nesta paixão são relevantes. Em geral a paixão acontece ou “aparece” nestas correspondências.
Mais uma: Paixão por admiração, pode virar amor, como as outras teorias. Sabe aquela conversa? “Sou tão diferente dele/a e mesmo assim me apaixonei,” Somos atraídos na verdade por pessoas seguras de si, extrovertidas e dinâmicas. Quase sempre, o apaixonado sente-se que o/a outro/a complementa suas necessidades. Exemplos não faltam.
Quarta e última. Por fatores químicos. Como respondemos ao mundo não apenas conscientemente, a química ajuda nos aproximar de alguém. Os feromônios explicam a atração. São substâncias secretadas por glândulas, nas axilas, pescoço, nos lábios. As línguas das serpentes usam estes mecanismos para se movimentar. Nosso odor é único, nos determina. Usar perfumes não esconde o nosso “cheiro”. O cheiro nos atrai.
Se há outra variável na paixão que ainda não conhecemos, não importa. Apaixonar-se pela vida, pelas pessoas ou mesmo pelos sonhos, são suficientes para nos mover.
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