Na Revista Piauí do mês de outubro (desculpem o atraso), Daniel Dias, nosso medalhista paralímpico, escreve uma carta para outro grande campeão (em Tóquio), Gabriel Araújo.
Gabriel, 19 anos, está começando no mundo olímpico, mas começando muito bem. Em Tóquio, na última paralimpíada, ganhou dois ouros e uma prata. Começou bem! Daniel, 33 anos, está se despedindo da natação profissional. Acumulou 100 medalhas em Paralimpíadas, mundiais e parapans. Um veterano, uma sucesso como atleta e pessoa.
A carta é direta, singela e emotiva. O mais experiente, motivando e incentivando o novato, um é promessa, o outro, uma lenda.
Daniel termina assim a carta: “Você, Gabrielzinho, também ganhou um presente magnífico (um talento na natação). Desfrute o máximo dele e o lapide com abnegação, mas não se esqueça do óbvio: os prêmios, a fama e os elogios são fugazes. Um dia, certamente desaparecerão. O que restará? Você e a piscina – dois amigos que já se curtiam antes das façanhas em Lima, Tóquio e outras inúmeras cidades que ainda irão acolhê-lo. Nunca pare de se divertir dentro d´’água, esteja competindo ou não. Acredite, cara: o divertimento vale mais do que um zilhão de medalhas.”
Uma pena que a gente só percebe isso quando tudo já acabou, serve para qualquer área da vida; trabalho, relacionamentos, viagens, amizades, esportes e tantas outras atividades. Esquecemos que o momento é o mais importante. Momento precisa ser apreciado, valorizado, divertido, animado. Isso mesmo, ânima – alma – aquilo que da vida.
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