O iluminismo buscou com suas “revoluções” levar à todos a liberdade e a felicidade. Mesmo que estes preceitos para à época fossem novos, a busca não parou mais. Associar este caminho ao aparecimento mascarado do capitalismo é pura história. A ciência marca território, invadindo espaços que antes eram apenas dos homens de posse.
Mesmo que de uma forma disfarçada, ainda continuamos discutindo a mesma coisa, buscando a eterna felicidade e liberdade, com a diferença que o capitalismo hoje em dia é globalizado e selvagem.
Faço esta introdução para comentar uma reportagem do El Pais com o filósofo sul-coreano, Byung-Chul Han, uma das estrelas do pensamento atual, como se refere o jornal.
Como introduzi esta postagem, Han afirma “que é preciso domar o capitalismo, humanizá-lo. As afirmações do filósofo já estão publicadas no último livro que lançou recentemente: “Não-coisas. Quebras no mundo de hoje.” O pano de fundo são as ansiedades que o capitalismo neoliberal nos produz.
Por acaso, sem saber os detalhes do livro de Byung, sempre achei as redes sociais, whatsapp e outras “obrigações” diárias, uma coisa muita chata e cansativa. Nossos dias tornaram-se obrigações constantes de responder e aparecer. Estamos perdendo nosso maior ideal, que é o tempo. Viramos escravos do capital digital. Os textos de Han transitam do que chamou de “a sociedade do cansaço”, em que “vivemos esgotados e deprimidos pelas inapeláveis exigências da existência, à análise das novas formas de entretenimento que nos oferecem.”
O mundo – ou quase todo ele – se rendeu às redes, fomos entregues sem perceber, ao enunciado do capital “aqui você fará amigos e aqui você pode ser adorado.” Desapareceu o erotismo, que Han credita ao narcisismo e exibicionismo. A obsessão, como reforça o filósofo, por si mesmo faz com que os outros desapareçam e o mundo seja um reflexo de nossa pessoa.”
Não adianta discutir felicidade e liberdade se não conversarmos sobre redes sociais.
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