Respondo uma das cinco pessoas que acompanham o site, esta de Santa Catarina. Responder o que já esta bem descrito é cópia, pretendo ser mais cauteloso, quem sabe responder “como é isso na prática.”
Cinestesia ou Sinestesia? Não, Cinestesia e Sinestesia!
A primeira relaciona-se a percepção do corpo no espaço, músculos e articulações. Vamos à prática. Como uma pessoa cega consegue atravessar uma rua sozinha? Ou, como consegue movimentar a bengala corretamente? Estas informações de tensão e contração muscular são cinestésicas. Temos “micro-cérebros” em nossos músculos e articulações. Os chamados proprioceptores (fuso muscular, órgão tendinoso de golgi…). São eles que avisam o cérebro como os músculos e articulações estão reagindo aos movimentos de deslocamento. O cérebro ajusta o que for necessário.
Façamos uma experiência: feche os olhos e deixe seus braços estendidos na linha do ombro. Você consegue percebê-los? Quem faz esta ” varredura” são os proprioceptores. Isso chamamos de Cinestesia. Ficou claro?
Sinestesia é para poucos, algo como 1 a 4% da população é sinestésica. Acreditam que é decorrente da genética. Uma combinação de sentidos, estes se cruzam e ao reconhecer um sentido, “encontramos” um complementar. Na prática: escutar uma nota musical e ver uma cor; ler uma palavra e sentir um cheiro; ver uma cor e recordar de um som.
Diferente de lembranças, “sinto o cheiro do pão e lembro da minha avó,” isso não é sinestesia, são recordações. É muito comum escutar e ler relato de maestros que percebem uma nota musical mais acentuada e no mesmo instante da escuta veem uma determinada cor. Não é normal uma sinestesia, mais é possível conviver muito bem sendo sinestésico.
Se assim mesmo não deixei claro esta diferença, posso buscar inspiração em Baudelauri para explicar a sensorialidade:
” Neste contexto de mudanças observamos que os poetas simbolistas e pré-simbolistas propõem um retorno ao subjetivismo e à sensorialidade em oposição à objetividade científica e ao materialismo e é neste contexto que a sinestesia se configura no conjunto das propostas simbolistas.”
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