Precisávamos, apesar das impossibilidades de aglomeração pelo Covid, fazer uma grande corrente humana para abraçar estes profissionais que tanto nos honram. Comemorar esta data significa valorização do profissional que colabora com a formação do cidadão brasileiro. Que todos eles e elas se sintam abraçados neste momento pelo dia que é dedicado a esses profissionais.
Como acadêmico de Educação Física, conheci as obras de Paulo Freire e na ocasião, lembro-me muito bem, do quanto o livro “A pedagogia do oprimido” me impactou
Foi tão modificar este livro para mim que, dois dias depois de formado, entrei em um ônibus e fui morar na zona rural de Porto Velho (Rondônia). Era o ano de 1984, Rondônia era um estado de aventureiros, mas a zona rural continuava sendo a área dos oprimidos. Fui ver de perto como os opressores desumanizavam os oprimidos. Como dizia Paulo Freire (…) A luta pela humanização, pelo trabalho livre, pela desalienação, pela afirmação dos homens como pessoa, como ” seres para si”, não teria significação. Esta somente é possível porque a desumanização, mesmo que um fato concreto na história, não é porém, destino dado, mas resultado de uma ” ordem” injusta que gera violência dos opressores.”
Foi lá que vi pela primeira vez crianças passando fome, acompanhei em sala de aula – todos na mesma sala – crianças, jovens e adultos analfabetos, com sede de conhecimento. Os poucos alunos que conseguiam ler, apresentavam assim mesmo, muitas dificuldades. Eram pessoas que precisavam uma ” nova” educação.
Hoje percebo o quanto fui incompetente como professor; na ocasião, raras vezes consegui relacionar a realidade com desejos de ” revolução”. Era urgente enfrentar os opressores que desumanizavam pessoas que frequentavam a escola e sonhavam em liberdade.
Mesmo conhecendo e estudando as obras de Paulo Freire, jamais consegui a transformação que sempre sonhei, onde as pessoas, pela educação, poderiam lutar pelo futuro.
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