Lógico que não me atrevo a comentar qualquer filme que seja, a não ser o tradicional gostei ou não gostei. Em alguns casos, me aproximo dos comentários “esse filme me tocou muito.” Quero apenas nesta postagem apresentar minha opinião sobre a Pessoa com Deficiência (PcD), assim, uso o filme do diretor e roteirista Darius Marder, que conta a história da perda da audição de um baterista, Ruben (Riz Ahmed). Sei que meus pouquíssimos leitores (as) já assistiram o filme e já têm a opinião formada, mas assim mesmo arrisco, ao contrário da crítica especializada.
Dias atrás, escrevi neste espaço sobre um artigo clássico ” Como é ser um morcego” (fácil encontrar na internet), este artigo ilustra muito bem a visão distorcida que temos quando conhecemos ou julgamos a vida de uma pessoa com deficiência. Seja ela qual for. No filme, O Som do Silêncio, ficamos impressionados quando “escutamos os sons estranhos” que Ruben escuta após o implante coclear. Nos impõe um drama de como as pessoas surdas “escutam” o mundo.
Esse quase clichê de adivinharmos ou sentirmos o que os outros estão vivendo é pura subjetividade. Jamais poderíamos nos aproximar do que uma pessoa está sentindo, seja ela deficiente ou não. Apesar da bela interpretação Riz, percebemos o quanto não estamos preparados para o inesperado. Esse sim, é um ponto essencial que deixamos de discutir com nossos filhos e parceiros (as). Um tema fundamental tanto quanto a cultura surda. A diferença existe, deficiência de nascença e a adquirida, que são percebidas e vividas distintamente. Mas ambas, lutam por seus espaços e empoderamento. Não esqueçamos que as pessoas surdas foram rotuladas, segregadas e controladas durante a maior parte de sua história, e esse legado ainda está muito presente no espectro de futuros “avanços” em implantes cocleares e engenharia genética.
Fora isso, o resto é entretenimento e discussões vazias.
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