Classificar doenças não é fácil, por isso existe o DSM-5, CID-11, CIF e tantos outros “classificadores”. Mas lógico, assim mesmo é difícil fechar um diagnóstico, principalmente quando a doença ou deficiência não é muito conhecida.
Classificar ou definir uma pandemia, endemia e epidemia não é difícil, já está escrito isso há tempos, é só consultar o oráculo e temos na palma da mão (ou do cérebro) os principais conceitos.
O que não é fácil é entender a resposta da população para enfrentar as “demias”. E aqui nada está relacionado com o quantidade de estudo dos envolvidos, destas pessoas que não respeitam o “conviver.” Pensar no coletivo, na prevenção, na saúde pública é algo impensável para uma grande maioria. Não importa neste raciocínio o individual, é lógico que isto sempre será o mais preponderante, é próprio de uma natureza selvagem ou como prefere Steven Pinker, raízes psicológicas da progressofobia, que são profundas.
Acho que essa assimetria do humor para suportar o efeito de uma pandemia são iguais as assimetrias da vida. Por que deixar para amanhã se posso fazer agora? ” A literatura psicológica confirma que as pessoas temem muito mais perder do que anseiam por ganhar.” Mas não temem pela vida neste momento? Não, porque o egoísmo é não perder a oportunidade do dia, do momento. A vida não é para ser projetada, e sim vivida. Assim aprendemos, assim vivemos (a foto da postagem é do último final de semana em Ipanema( RJ), ganha uma passagem pro Rio quem achar alguém de máscara)
Poderia me alongar sobre as outras ” demias” que passam longe do nosso dia, do nosso projeto de vida e que matam milhares de vidas todos os anos, como uma epidemia: depressão, infarto, acidentes de carro, diabetes, AVC…..quase todas evitáveis, mas ainda assim, não conseguimos compreender esta dimensão da vida. Nosso egocentrismo é mais forte.
” Os que são governados pela razão não desejam para si nada que também não desejem para o resto da humanidade.” (Baruch Espinosa)
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