A foto da postagem é da pesquisadora e cicloativista Marina Kohler Harkot, 28 anos, que foi atropelada no último domingo enquanto pedalava no bairro Pinheiros em SP. Leio a matéria sobre a trágico acidente em um editorial da FSP de hoje.
Como diz a matéria, “para além da fatalidade, a morte de Marina é um renovado e cruento lembrete da insegurança a que estão submetidos os usuários de bicicletas, mas não apenas eles, numa cidade que historicamente privilegiou o automóvel.”
Confesso que o medo – talvez seja mariquinha – de andar de bicicletas pela cidade e pelas estradas é grande, não chega a paralisar, mas é angustiante, em alguns momentos. Vejo em Curitiba muita gente andando de bikes, fico orgulhoso e atento à nova moda que invadiu todas as cidades do mundo mas, desanimador pelas vítimas que perderão suas vidas. Carros, motos, ônibus deixam de entender a função como modal de transporte das bicicletas. As leis não são respeitadas, seja pela ignorância, seja pela arrogância do “poder”. Como nesta competição as bikes são as mais frágeis, o ciclista é que perde apostando nesta possível transformação. Não tem mais volta, a roda da violência e da liberdade não vai acabar; mais ciclistas nas ruas e estradas, mais mortes.
Como afirma a matéria, “de 2017 a 2019, mais de 800 pessoas morreram por ano no país em decorrência de colisões no trânsito enquanto pedalavam, de acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego.
Em Curitiba em especial, as ciclovias prometidas não saíram do papel, deixamos de progredir e de salvar vidas. A estrutura de ciclo vias é a mesma que 20 anos atrás. As vias calmas do governo passado foram maquiagem para alegrar o centro da cidade. Quem mais precisava, os trabalhadores de bairros afastados, pedalam para não morrer de fome.
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