Quando eu me for
E me tornar algo que não sei, liberto da casca talvez,/algo que, pelos olhos da verdade, consiga se ver sem espelho! Serei eu?
Se só me for possível amar os queridos que ficam por sinais ou pela carícia invisível – mãe a conversar com os filhos no ventre! Serei eu?
Se me tornar algo reciclado e ainda provisório – trabalho sempre em andamento!
Que idioma, que loucura procura, que oração serei eu?
Que poesia prevalecerá e impedirá que esse algo se desfaça no ar?
Francisco Azevedo, do livro ” Eu sou eles”
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