Ficar e sentir-se isolado por necessidade é capaz de mexer com a serenidade de qualquer cidadão que não esteja preparado para a “nova” situação. Reparo que, mesmo que a quarentena não esteja incorporada no cotidiano, as pessoas já estão “diferentes”.
Mesmo não usando fielmente o whats, as mensagens que recebo são em centenas. O roteiro das mensagens tem mudado, as ruas estão mais vazias, o mercado é outra resposta do medo. Viver isolado, não é viver diferente. Somos frutos de um isolamento antropológico, o agrupamento foi resultado de uma necessidade de sobrevivência, mesmo que o grupo tenha sido descartável e estressante em muitos períodos da história.
Em qualquer período compreensível da história, os isolamentos fizeram parte das diversas culturas e não eram forçados, eram necessários. Depois que resolvemos dar nomes às diversas situações humanas dentro de uma sociedade, o mundo se reconfigurou e esqueceu de denominar situações da vida que eram improváveis.
Pois então, era improvável, agora é real. Não sabemos o que fazer. Antes que o vírus torne-se social, o isolamento deve servir como aprendizado, como mais uma categoria das nossas vidas, pro bem ou pro mal.
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